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REPORTAGEM

Brasil combate a criminalidade levando desenvolvimento para as favelas

21 de mar?o de 2013



DESTAQUES DO ARTIGO
  • Por causa da viol¨ºncia, milh?es de brasileiros deixaram de se beneficiar do crescimento do pa¨ªs
  • As Unidades de Pol¨ªcia Pacificadora est?o procurando solucionar ao mesmo tempo as quest?es sociais e de seguran?a
  • Experi¨ºncias bem-sucedidas no Rio de Janeiro e no Sudeste servem de exemplo para outras regi?es brasileiras

Em 2007, o governo brasileiro lan?ou um programa para reduzir a criminalidade e a viol¨ºncia nas favelas do Rio e de outras grandes cidades. Negligenciadas durante d¨¦cadas pelas autoridades, essas comunidades eram controladas por novos e poderosos senhores: os traficantes de drogas.

Na prepara??o da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Ol¨ªmpicos em 2016, tanto a cidade quanto o pa¨ªs necessitaram de a??es r¨¢pidas e concretas, n?o apenas para melhorar a imagem da viol¨ºncia e da criminalidade, mas tamb¨¦m para garantir a seguran?a desses dois eventos internacionais.

No entanto, a imagem internacional dessas quest?es n?o se constitui na ¨²nica preocupa??o das autoridades brasileiras. As condi??es de seguran?a e a falta de oportunidades nas favelas impediram que milh?es de pessoas tirassem proveito dos benef¨ªcios proporcionados pelo crescimento do pa¨ªs.

As primeiras iniciativas para enfrentar as gangues nas favelas, envolvendo policiais fortemente armados e at¨¦ efetivos militares, geraram controv¨¦rsias devido ¨¤ trucul¨ºncia adotada em sua implementa??o e ¨¤ falta de resultados efetivos.

A vida ¨¦ mais segura

Em raz?o disso, as a??es levaram a uma mudan?a de estrat¨¦gia e, em 2008, a Secretaria de Seguran?a do Estado do Rio de Janeiro come?ou a implementar as Unidades de Pol¨ªcia Pacificadora (UPPs), com o objetivo de combater pouco a pouco a criminalidade.

O Morro dos Prazeres, no Rio de Janeiro, ¨¦ uma das favelas que j¨¢ contam com uma UPP. Nesse local, encontramos Let¨ªcia, uma cabeleireira de 27 anos para quem a vida est¨¢ muito mais segura agora. ¡°Antes, nunca fic¨¢vamos em paz quando os nossos filhos iam para a escola¡±, afirmou.

Em muitos outros locais do Rio de Janeiro, a vida melhorou gra?as ¨¤s UPPs. O estudo  do Banco Mundial, afirma que existem 28 UPPs em mais de 100 comunidades onde vivem pelo menos 400 mil pessoas.

Al¨¦m de fortalecer a presen?a e as a??es da pol¨ªcia, o projeto tamb¨¦m visa consolidar a paz e promover o desenvolvimento social e econ?mico nas favelas, oferecendo diversos servi?os sociais.

Segundo os simpatizantes das UPPs e de seus componentes sociais, o objetivo ¨¦ que a pacifica??o e as outras a??es consolidem e garantam a paz e o desenvolvimento nas favelas. Esse processo se estender¨¢ ap¨®s a Copa do Mundo e os Jogos Ol¨ªmpicos.

Para 2014, o Estado do Rio de Janeiro planeja contar com 40 UPPs (hoje s?o 28), com o prop¨®sito de proteger uma popula??o estimada em 750 mil pessoas.


" As experi¨ºncias bem-sucedidas, como as de Pernambuco e do Sudeste, parecem estar relacionadas a amplas pol¨ªticas p¨²blicas de preven??o e controle. "

Rodrigo Serrano-Berthet

Especialista S¨ºnior de Desenvolvimento Social do Banco Mundial

O Sudeste serve de exemplo

O relat¨®rio , do Banco Mundial, mostra que a situa??o da criminalidade e da viol¨ºncia parece estar melhorando no restante do pa¨ªs, mas adverte que existem diferen?as significativas entre os estados.

Baseando-se nas experi¨ºncias bem-sucedidas de alguns estados do Sudeste, o relat¨®rio recomenda tr¨ºs pontos que os governos devem levar em considera??o quando planejarem pol¨ªticas de combate ¨¤ criminalidade:

  • Redu??o da desigualdade
  • Decl¨ªnio das taxas de evas?o escolar
  • Melhores condi??es de trabalho


¡°? essencial compreender os mecanismos que contribuem para os cen¨¢rios de alta criminalidade e ouvir as pessoas mais afetadas pela viol¨ºncia, visando identificar solu??es que melhorem a seguran?a e a qualidade de vida no pa¨ªs¡±, afirmou Deborah L. Wetzel, Diretora do Banco Mundial no Brasil.

O estudo conclui que a regi?o Sudeste pode ser considerada como um exemplo para a redu??o da criminalidade e que as pol¨ªticas de controle de armas e de bebidas alco¨®licas, assim como os programas voltados para a juventude exposta ¨¤ criminalidade e ¨¤ viol¨ºncia, mostraram-se eficazes.

Rodrigo Serrano-Berthet, coordenador dos dois estudos, considera que ¡°as experi¨ºncias bem-sucedidas, como as de Pernambuco e do Sudeste, parecem estar relacionadas a amplas pol¨ªticas p¨²blicas de preven??o e controle.¡±

O Brasil no mundo

Ainda que em alguns estados, como S?o Paulo, o n¨²mero de homic¨ªdios tenha apresentado uma queda de 67% entre 2000 e 2010, na regi?o Nordeste o aumento foi alarmante:

  • 303% na Bahia
  • 160% em Alagoas
  • 253% no Par¨¢

A ¨²nica exce??o na regi?o foi Pernambuco, onde a taxa de homic¨ªdios caiu 26,9%.

Em 2003, a taxa nacional de homic¨ªdios foi de 28,9, diminuiu para 26,4 em 2007 e posteriormente apresentou um pequeno aumento em 2010 para 27,7 (por 100 mil habitantes).

Embora a redu??o seja significativa, a taxa ainda ¨¦ elevada se comparada ¨¤ de outras regi?es do mundo:

  • Uni?o Europeia: 1,2
  • Am¨¦rica Central: 41
  • Am¨¦rica do Norte: 4,6
  • Am¨¦rica do Sul: 20 

Se as iniciativas semelhantes ¨¤s UPPs produzirem os resultados esperados e outras recomenda??es forem seguidas, o Brasil se colocar¨¢ certamente no mesmo n¨ªvel das outras na??es, n?o apenas nos esportes, mas tamb¨¦m no combate exitoso ¨¤ criminalidade e ¨¤ viol¨ºncia.


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