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REPORTAGEM9 de agosto de 2022

Homenageando as contribui??es das mulheres para suas comunidades no Dia dos Povos Ind¨ªgenas

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Foto: Marlon del Aguila /ASL-CIFOR
 

DESTAQUES

  • O Dia Internacional dos Povos Ind¨ªgenas do Mundo ¨¦ comemorado em 9 de agosto, data em que foi realizada a sess?o inaugural do Grupo de Trabalho da ONU sobre Popula??es Ind¨ªgenas, em 1982.
  • O tema deste ano ¨¦ o papel das mulheres ind¨ªgenas na preserva??o e transmiss?o do conhecimento tradicional, reconhecendo que elas s?o a espinha dorsal das comunidades ind¨ªgenas e desempenham um papel crucial na preserva??o e transmiss?o do conhecimento tradicional.
  • Trabalhar em conjunto com os povos ind¨ªgenas ¨¦ essencial para os objetivos do Programa Paisagens Sustent¨¢veis da Amaz?nia (ASL); uma das muitas maneiras de envolver mulheres e homens ind¨ªgenas ¨¦ atrav¨¦s da formula??o de planos de vida, uma ferramenta de gest?o e planejamento baseada na comunidade.

A hist¨®ria da regi?o amaz?nica inclui civiliza??es grandes e complexas, que provavelmente moldaram as vastas florestas e recursos da regi?o. por meio de pr¨¢ticas sustent¨¢veis ??apoiadas no profundo conhecimento de sua paisagem; conhecimento que sobrevive e est¨¢ sendo transmitido atrav¨¦s das gera??es.

Atualmente, a regi?o abriga mais de 400 grupos de povos ind¨ªgenas, representando uma multid?o de mais de 300 idiomas diferentes, culturas diversas e estruturas de governan?a. Os , e esses territ¨®rios representam quase metade das florestas intactas da bacia. Em 2021, uma pesquisa liderada pela Universidade de Sheffield constatou que entre 2010 e 2018, nas florestas tropicais das Am¨¦ricas, ?sia e ?frica, as terras ind¨ªgenas tiveram um quinto menos desmatamento em m¨¦dia em compara??o com ¨¢reas n?o protegidas, demonstrando a gest?o eficaz de suas terras, o que tamb¨¦m se aplica ¨¤ Amaz?nia.

O Mundo ¨¦ comemorado em 9 de agosto para homenagear e reconhecer as conquistas e contribui??es dos povos ind¨ªgenas para melhorar quest?es como a prote??o ambiental e aumentar a conscientiza??o sobre seus direitos, em um momento em que enfrentam amea?as crescentes ¨¤s suas terras por atividades extrativistas ilegais, agricultura e desenvolvimento de infraestrutura em grande escala, entre outras amea?as. A recente pandemia de COVID-19 tamb¨¦m afetou os povos ind¨ªgenas da regi?o, expondo grandes disparidades no acesso a servi?os b¨¢sicos, como ¨¢gua pot¨¢vel, seguran?a alimentar e acesso a servi?os de sa¨²de.

Ao mesmo tempo, os povos ind¨ªgenas nunca estiveram t?o bem-organizados para enfrentar essas amea?as e fornecer as solu??es necess¨¢rias. Apesar das crescentes press?es enfrentadas pelas comunidades ind¨ªgenas, elas continuaram a administrar com sucesso e obter o reconhecimento de seus direitos ¨¤s suas terras e recursos. Atualmente, a maioria dos governos amaz?nicos reconhece esses direitos em sua constitui??o, permitindo que os povos ind¨ªgenas determinem melhor como administrar seus bens e faz¨º-lo de acordo com sua vis?o tradicional de respeito ¨¤ natureza.

Para o Programa de Paisagens Sustent¨¢veis ??da Amazonas (ASL), liderado pelo Banco Mundial e financiado pelo Global Environment Facility, n?o seria poss¨ªvel alcan?ar seu objetivo de melhorar o manejo integrado da terra e a conserva??o do ecossistema na Amaz?nia sem a colabora??o, o conhecimento tradicional e a participa??o ativa dos povos ind¨ªgenas como aliados fundamentais.

Um dos pilares do ASL se concentra no estabelecimento e gest?o eficaz de v¨¢rios tipos de medidas de conserva??o baseadas em ¨¢reas, incluindo territ¨®rios ind¨ªgenas. Cada um dos cinco projetos nacionais da primeira fase do ASL trabalha com comunidades ind¨ªgenas e, desde a aprova??o do programa em 2015, o programa tem apoiado o desenvolvimento de ferramentas de governan?a participativa com os povos ind¨ªgenas no Brasil, Col?mbia e Peru. Esses esfor?os continuar?o na segunda fase do programa, come?ando agora com projetos adicionais nesses pa¨ªses, al¨¦m da Bol¨ªvia, Equador, Guiana e Suriname.

O tema do Dia Internacional dos Povos Ind¨ªgenas deste ano ¨¦ o, reconhecendo o papel das mulheres ind¨ªgenas como a espinha dorsal das comunidades dos povos ind¨ªgenas e seu papel crucial na preserva??o e transmiss?o do conhecimento tradicional ancestral. Muitas mulheres ind¨ªgenas tamb¨¦m est?o assumindo a lideran?a na defesa de seus territ¨®rios e na defesa dos direitos coletivos dos povos ind¨ªgenas em todo o mundo.

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Foto: Beatriz Schippner/PNUD Peru

Uma das muitas maneiras pelas quais as mulheres ind¨ªgenas contribuem para os programas de ASL ¨¦ por meio de sua participa??o ativa na formula??o de planos de vida, uma ferramenta criada pelas comunidades ind¨ªgenas para gerenciar e planejar seus territ¨®rios e recursos de forma culturalmente apropriada, baseada nas suas aspira??es e prioridades. O processo coletivo implica a reflex?o comunit¨¢ria e a participa??o de toda a comunidade: mulheres, homens, idosos e jovens.

Como ferramenta de planejamento e gest?o, esse processo (de desenho de planos de vida) contribui para a tomada de decis?es nas comunidades. O plano de vida nos permite refletir sobre as necessidades, pontos fortes, pontos fracos e oportunidades para alcan?ar nossos objetivos, em coordena??o com aliados estrat¨¦gicos como governos regionais e locais e outras institui??es.
Cecilia Mart¨ªnez
Engenheira agr?noma do povo Yanesha da Amaz?nia peruana e especialista em planejamento da brigada da Federa??o das Comunidades Nativas Yanesha (FECONAYA)

As mulheres, em particular, t¨ºm fornecido importantes conhecimentos sobre o manejo da terra relacionados ¨¤ capacidade do solo e ¨¤ diversidade das culturas. 

Esse processo est¨¢ abrindo um espa?o de participa??o de jovens e mulheres para que juntos possamos trabalhar pelo bem-estar da comunidade. Vamos demarcar as florestas que continuaremos protegendo, e o plano nos ajudar¨¢ a aproveitar melhor nossos recursos de forma controlada.
Bruno Tangoa
L¨ªder comunit¨¢rio de Shambo Porvenir, comunidade do povo Shipibo, distrito de Nueva Requena, Ucayali, Peru

O ASL continuar¨¢ trabalhando com os povos ind¨ªgenas para melhorar as paisagens e ecossistemas protegidos e produtivos integrados, incorporando seus conhecimentos tradicionais por meio de processos participativos que garantam acesso equitativo a mulheres, jovens e idosos, para as gera??es atuais e futuras.

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